A vitivinicultura portuguesa demorou a evoluir tecnologicamente e, por muito tempo, produziu poucos vinhos de alta qualidade. Nas últimas duas décadas, como conseqüência do importante desenvolvimento econômico, político e social do país, a vitivinicultura portuguesa experimentou grande evolução, particularmente no campo tecnológico.
Fato importante é que essa modernização foi realizada sem descartar os aspectos tradicionais positivos, como por exemplo, a utilização de variedades de uvas autóctones(uvas que simbolizam determinado país ou região produtora, uvas nativas) e tradicionais. Com ajuda da tecnologia, essas castas ( variedade que produz uvas com características específicas ou semelhantes), que antes originavam vinhos de qualidade inferior, passaram a dar grandes vinhos, aperfeiçãondo suas características ímpares.
Nos últimos anos, com a instalação do Mercado Comum Europeu, o vinho português ampliou sua busca por qualidade e visibilidade internacional, conquistando uma posição merecida pela qualidade e diversidade de seus vinhos.
Regiões Vinícolas de Portugal:
Vinhos Regionais
Alentejo
Algarve
Dão e Bairrada
Douro
Estremadura
Ilhas Atlânticas
Ribatejo
Setúbal
Vinhos Verdes
Falando um pouco de cada região:
- Ao norte de Portugal fica a região demarcada dos Vinhos Verdes, cujo nome nada tem a ver com a cor dos vinhos ou a maturação das uvas. É simplesmente uma alusão ao nome que se dá ao noroeste de Portugal: Costa Verde. A principal uva desta região é a Alvarinho, uma casta branca cujos melhores vinhos podem envelhecer por até 30 anos.
- Um pouco mais a sudeste está a região do Douro, muito conhecida pelos vinhos do Porto mas também produz excelentes vinhos finos.
- Ao lado do Dão, temos a região da Bairrada, famosa pela sua uva típica: a Baga, que produz vinhos com muito tanino e acidez, e que por isso precisam amadurecer por bastante tempo antes de serem degustados. Muito similar ao que ocorre com a Nebbiolo, no Piemonte (Itália), cujos vinhos também são armazenados por vários anos antes de serem comercializados.
-Outras regiões de destaque são Lisboa, Tejo, Alentejo e Península de Setúbal.
Esta última é a região produtora do famoso Moscatel de Setúbal, um vinho de sobremesa cujas uvas são colhidas antes da maturação, para dar acidez e frescor ao vinho, e depois se interrompe a fermentação com aguardente vínica, para que o açúcar residual da própria uva forneça a característica doce do vinho. Este equilíbrio entre doçura e acidez faz com que este seja um dos poucos vinhos de sobremesa do mundo que não é enjoativo e pode ser bebido em doses maiores. ( tema abordado pelo jornalista Rui Falcão em palestra no Brasil neste ano de 2012)
Classificação dos Vinhos Portugueses
Os vinhos portugueses estão classificados em quatro níveis de qualidade:
Vinho de Mesa
Vinho que não se enquadra em nenhuma das classificações mencionadas a seguir, cuja produção pode ser feita em qualquer região do país . Não podem ter no rótulo nenhuma referência a uma região de produção ou a variedades de uvas.
Vinho Regional
Vinho de qualidade superior ao vinho de mesa, produzido com, no mínimo, 85% de uvas provenientes da região especificada. Hoje existem muitos vinhos regionais de qualidade igual ou superior à de vinhos D.O.C.
Vinho de Denominação de Origem Controlada (D.O.C.)
Teoricamente é a categoria de mais alto nível de qualidade e identifica o vinho produzido em região delimitada, sujeito a regras mais restritas quanto à procedência e variedades de uvas utilizadas, o método de vinificação, o teor alcoólico, o tempo de envelhecimento, etc. Equivale à AOC francesa, à DOC italiana e à DO espanhola.
Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (V.Q.P.R.D.)
Para atender ao Mercado Comum Europeu foi criada a nomenclatura Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (V.Q.P.R.D.) que engloba as IPR e as DOC.
Também foram criadas denominações análogas para os vinhos espumantes e licorosos:
V.E.Q.P.R.D. (Vinho Espumante de Qualidade Produzido em Região Determinada) e V.L.Q.P.R.D. (Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada).
Distinguindo os conceitos:
Viticultura é a produção das vinhas, é a etapa na qual é imprescindível cultivar com muita atenção as plantações. Já a vinicultura se refere ao estágio da elaboração do vinho.
Portugal possui uma vasta tradição vinícola, milenar, criando vinhos muito distintos com fortes personalidades. Os nossos vinhos são o resultado de várias técnicas que foram introduzidas por vários povos. Já agora de salientar também que a Região Vinhateira do Douro é também património mundial pela UNESCO.
ResponderExcluirSim, desde 2001, a Região Vinhateira do Douro é patrimônio da humanidade na categoria paisagem cultural e em agosto deste ano, devido a construção da barragem na foz do Tua, uma comissão da Unesco foi avaliar "in loco" os impactos decorrentes desta construção no Património Mundial.
ResponderExcluirCom parecer favorável, a Unesco considerou que a barragem não interfere na paisagem da região, mas deixa um alerta para que sejam mantidas as condições necessárias de sua classificação.
Agradeço o seu comentário neste blog, bastante oportuno, que me leva a pesquisar mais sobre este assunto.